domingo, 23 de fevereiro de 2014

Crime e Castigo



Por um lado temos uma velha estúpida sem préstimo, uma nulidade, maldosa e doente, inútil para toda a gente, ou antes, que prejudica toda a gente, que nem sabe, ela própria por que vive (…) Por outro lado, temos forças jovens, frescas, que se perdem inutilmente por falta de apoio, há milhares de jovens desses por todo o lado! Já viste que se podiam fazer cem, mil boas iniciativas com o dinheiro da velha (…).

Críticas ao Utilitarismo



Dificuldades de cálculo

Apesar dos princípios utilitaristas parecerem apelativos, há muitas dificuldades que se levantam quando tentamos coloca-los em prática.
É extremamente difícil medir a felicidade de pessoas diferentes. Quem decidirá se o enorme prazer do sádico ultrapassa ou não o sofrimento da sua vítima? Ou como se compara o prazer que um entusiasta de futebol tem quando a sua equipa marca um golo brilhante com as deleitosas vibrações de um devoto da ópera que ouve uma ária favorita? E como se comparam estes tipos de prazer com sensações de caráter mais físico, tais como as que se obtêm com o sexo e a alimentação?

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Erik Satie Trois Gymnopedies





Sugestão musical para este fim de semana

Princípios secundários


Klee

Os defensores da utilidade são frequentemente chamados a responder a objeções como esta – que antes da ação, não há tempo para calcular e pesar os efeitos de qualquer linha de conduta na felicidade geral. Isto é exactamente como se alguém dissesse que é impossível guiar a nossa conduta pelo cristianismo, já que, sempre que tenha de se fazer alguma coisa, não há tempo para ler todo o antigo testamento.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Justificação do Princípio da Maior Felicidade


Magritte

A doutrina utilitarista é a de que a felicidade é desejável, e é a única coisa desejável, como um fim; todas as outras coisas são desejáveis apenas enquanto meios para esse fim. O que se deverá exigir à doutrina (…) para que a sua pretenção de ser aceite seja bem sucedida?

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Utilitarismo


Renoir
Os utilitaristas sustentam que há um princípio que resume todos os nossos deveres morais. O princípio moral fundamental é o de que devemos fazer aquilo que produza os maiores benefícios possíveis para todos os que serão afectados pela nossa ação.

Este «princípio da utilidade» é enganosamente simples. Na verdade, é uma combinação de três ideias. 

Utilitarismo - uma ética consequencialista




O utilitarismo é o tipo mais bem conhecido de teoria ética consequencialista. Os seus mais famosos defensores foram Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873). O utilitarismo baseia-se no pressuposto de que o objetivo último de toda a atividade humana é (num certo sentido) a felicidade. Esta perspetiva é conhecida como hedonismo.

O hedonismo qualitativo de Stuart Mill


Matisse

Se me perguntarem o que entendo pela natureza qualitativa dos prazeres, ou por aquilo que torna um prazer mais valioso que outro, simplesmente enquanto prazer e não por ser maior em quantidade, só há uma resposta possível. De dois prazeres, se houver um ao qual todos ou quase todos aqueles que tiveram a experiência de ambos darem uma preferência decidida, independentemente de sentirem qualquer obrigação moral para o preferis, então será esse o prazer mais desejável.(…)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O que é a felicidade?


Magritte

Mill tem uma perspetiva hedonista de felicidade. Segundo esta perspetiva, a felicidade consiste no prazer e na ausência de dor. O prazer pode ser mais ou menos intenso e mais ou menos duradouro. Mas a novidade de Mill está em dizer que há prazeres superiores e inferiores, o que significa que há prazeres intrinsecamente melhores do que outros. Mas o que quer isto dizer?

O Utilitarismo é um tipo de Consequencialismo




O Princípio da Maior Felicidade

O utilitarismo é um tipo de ética consequencialista. O seu princípio básico, conhecido como o Princípio da Utilidade ou da Maior Felicidade, é o seguinte: a acção moralmente certa é aquela que maximiza a felicidade para o maior número. E deve fazê-lo de uma forma imparcial: a tua felicidade não conta mais do que a felicidade de qualquer outra pessoa.

Utilitarismo


Matisse

No site Sebenta de Filosofia - Síntese - Ética Utilitarista de Stuart Mill

O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio Moral da maior Felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a reproduzir o inverso da felicidade. Por felicidade entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação de prazer.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Conceção mínima de moralidade


Georges de la Tour

A conceção mínima pode agora ser apresentada de forma breve: a moralidade é, pelo menos, o esforço para orientar a nossa conduta pela razão – isto é, para fazer aquilo a favor do qual existem melhores razões – dando simultaneamente a mesma importância aos interesses de cada indivíduo que será afetado por aquilo que fazemos.

Duas vidas valem mais que uma?



Magritte

O leitor é um cirurgião - e um pouco filósofo. É o chefe de uma equipa de primeira linha de especialistas em transplante de órgãos, com um registo imaculado de resultados de sucesso. Na sua lista de espera encontram-se quatro jovens, todos desesperadamente doentes e a precisarem urgentemente de transplantes sem os quais morrerão em breve. Andrea precisa de um transplante de fígado, Barry de coração, Clarissa de pâncreas e Donald de pulmões. Não existem dadores disponíveis. O leitor está desesperado.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Num cinema perto de si!



CICLO INGMAR BERGMAN

Auditório Charlot (Setúbal)

Ingmar Bergman (1918-2007), dramaturgo e cineasta sueco, aborda nos seus filmes questões existenciais como a mortalidade, a ausência de Deus, a solidão… 

Jovem português vence prémio 'Ensaio Filosófico 2013'



Clica na imagem

Lembram-se do José Rodrigues que esteve na nossa escola em 2013, na Semana Cultural, depois de ter sido premiado com a medalha de prata nas Olimpíadas de Filosofia?

Uma Boa Notícia!

Voltou a ser distinguido, desta vez com o prémio internacional do melhor ensaio filosófico de 2013  atribuído pelo Royal Institute of Philosophy.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Por que razão havemos de ser morais?


George de la Tour

"Por que razão devo agir moralmente?" é uma questão de tipo diferente das que tratámos até agora. Perguntas como "Por que razão devo tratar pessoas de grupos étnicos diferentes com base na igualdade?" ou "Por que razão é o aborto justificável?" procuram razões éticas para agir de uma certa forma. São perguntas feitas do interior da ética. Pressupõem uma perspectiva ética. "Por que razão devo agir moralmente?" Situa-se a outro nível. Não se trata de uma pergunta que se faz no interior da ética mas de uma questão acerca da ética.

O anel de Giges





-  Falar a favor da justiça, como sendo superior à injustiça, ainda não o ouvi a ninguém, como é meu desejo - pois desejava ouvir elogiá-Ia em si e por si. Contigo, sobretudo, espero aprender esse elogio. Por isso, vou fazer todos os esforços por exaltar a vida injusta; depois mostrar-te-ei de que maneira quero, por minha vez, ouvir-te censurar a injustiça, e louvar a justiça. Mas vê se te apraz a minha proposta.
- Mais do que tudo - respondi -. Pois de que outro assunto terá mais prazer em falar ou ouvir falar mais vezes uma pessoa sensata?
- Falas à maravilha - disse ele -. Escuta então o que eu disse que iria tratar primeiro: qual a essência e a origem da justiça.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Por que razão haveremos de ser morais?




Uma lenda antiga conta-nos a história de Giges, um pastor pobre que encontrou um anel numa fissura aberta por um terramoto. Giges descobriu que ficava invisível quando girava o anel no seu dedo. Isto permitia-lhe fazer aquilo com que as outras pessoas podem apenas sonhar: ele podia ir onde quisesse e fazer o que lhe apetecesse sem medo de ser descoberto. Usou o poder do anel para enriquecer, tirar o que queria e matar quem se metesse no seu caminho. Acabou por invadir o palácio real, onde seduziu a rainha, assassinou o rei e se apoderou o trono. Tornou-se rei de todo o território.

Bem e mal



O que faz com que uma ação seja boa ou má? Que queremos dizer quando afirmamos que alguém devia ou não fazer qualquer coisa? Como devemos viver? Como devemos tratar as outras pessoas? Estas são questões fundamentais que os filósofos têm discutido durante milhares de anos. Se não pudermos dizer por que razão coisas como a tortura, o assassínio, a crueldade, a escravatura, a violação e o roubo são eticamente erradas, que justificação podemos ter para as impedir?

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A existência de Deus



O papel de Deus no sistema cartesiano - aqui

Depois, tendo refletido que duvidava, e, por consequência, o meu ser não era inteiramente perfeito, pois claramente via que o conhecer é uma maior perfeição que o duvidar, lembrei-me de procurar donde me teria vindo o pensamento de alguma cousa de mais perfeito do que eu era; e conheci com evidência que deveria ter vindo de alguma natureza que fosse efetivamente mais perfeita.

O critério da clareza e distinção



Depois disso, considerei duma maneira geral o que é indispensável a uma proposição para ser verdadeira e certa; porque, como acabava de encontrar uma com esses requisitos, pensei que devia saber também em que consiste essa certeza.

Penso, logo existo




Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis supor que nada há que seja tal como eles o fazem imaginar. E, porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples temas de geometria, e neles cometem para­logismos, rejeitei como falsas, visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de que até então me ser­vira nas demonstrações.

Razões para duvidar



A dúvida metódica e o acesso à verdade - aqui

PRIMEIRA MEDITAÇÃO
Das coisas que se podem pôr em dúvida

Notei, há alguns anos já, que, tendo recebido desde a mais tenra idade tantas coisas falsas por verdadeiras, e sendo tão duvidoso tudo o que depois sobre elas fundei, tinha de deitar abaixo tudo, inteiramente, por uma vez na minha vida, e começar, de novo, desde os primeiros fundamentos, se quisesse estabelecer algo de seguro e duradouro nas ciências. (…) Então, hoje, eu que oportunamente libertei o espírito de todos os cuidados e me procurei um ócio seguro num retiro solitário, vou dedicar-me, por fim, com seriedade e livremente, a destruir em geral as minhas opiniões.

Cérebro numa cuba?


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A MATRIX ENQUANTO HIPÓTESE METAFÍSICA

A visão mais extrema deste ceticismo acerca do mundo exterior e da minha relação com ele é imaginar que não tenho corpo. Tudo o que sou é um cérebro a flutuar numa cuba de produtos químicos. Um cientista perverso ligou de tal forma fios ao meu cérebro. Um cientista perverso ligou de tal forma fios ao meu cérebro que tenho a ilusão da experiência sensorial.
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