sexta-feira, 11 de julho de 2014

Forma Significante


 Cézanne


Teoria formalista da arte - aqui


Portanto, ou todas as obras de arte visual têm uma propriedade comum ou então, quando falamos de «obra de arte», dizemos tolices. Todos falamos de “arte” operando uma classificação mental pela qual distinguimos a classe das “obras de arte” de todas as outras classes. O que justifica esta classificação? Qual é a propriedade comum e particular a todos os membros desta classe?
Seja qual for, não há dúvida que se encontra muitas vezes acompanhada de outras características; mas essas são acidentais – esta é essencial. Tem de haver uma determinada propriedade sem a qual uma obra de arte não existe; na posse da qual nenhuma obra é, no mínimo, destituída de valor. Que propriedade é essa? Que propriedade é partilhada por todos os objetos que nos causam emoções estéticas? Que característica é comum a Santa Sofia e aos vitrais de Chartres, à escultura mexicana, a uma taça persa, aos tapetes chineses, aos frescos de Giotto em Pádua, e às obras primas de Poussin, Piero de la Francesca e Cézanne? Só uma resposta parece possível – forma significante. São, em cada um dos casos, as linhas e cores combinadas de um modo particular, certas formas e relações de formas, que suscitam as nossas emoções estéticas. A estas  relações e combinações de linhas e cores, a estas formas esteticamente tocantes, chamo «Forma Significante»; e a «Forma Significante» é a tal propriedade comum a todas as obras de arte visual.

                                                               Clive Bell, Arte, Edições Textografia, pág 23




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