sábado, 7 de março de 2015

Do senso comum à ciência



Uma característica notável de muita da informação que adquirimos através da experiência comum é que, embora ela possa ser suficientemente precisa dentro de certos limites, raramente é acompanhada por qualquer explicação que nos diga por que se deram certos factos alegados.
Deste modo, as sociedades que descobriram os usos da roda habitualmente nada sabiam sobre forças de fricção, nem sobre as razões que fazem que os bens colocados em veículos com rodas possam ser transportados com mais facilidade do que os bens arrastados pelo chão. Muitas pessoas aprenderam que era aconselhável estrumar os seus campos agrícolas, mas poucas se preocuparam com as razões para agir assim. As propriedades medicinais das plantas como a dedaleira foram reconhecidas há séculos, embora habitualmente não se tenha oferecido qualquer explicação das suas propriedades benéficas. Além disso, quando o “senso comum” tenta dar explicações para os seus factos – como quando se explica o valor da dedaleira como estimulante cardíaco através da semelhança entre a forma da flor e o coração humano – muitas vezes não há testes da relevância das explicações para os factos.

(…) É o desejo de explicações que sejam ao mesmo tempo sistemáticas e controláveis através de dados factuais que gera a ciência, e é a organização e classificação do conhecimento segundo princípios explicativos que é o objectivo próprio das ciências.

                                         Ernest Nagel, A Estrutura da Ciência


Conhecimento vulgar
Resulta da experiência quotidiana – atitude passiva
Espontâneo
Superficial
Subjetivo
Prático
Assistemático
Imetódico
dogmático
Conhecimento científico
Resulta de uma atitude ativa
Racional
Explicativo
Metódico e sistemático
Parte de hipóteses
Formula teorias e leis
Objetivo (procura ser)
Preditivo
Provisório
Crítico

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...